terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dias ensolarados de chuva

Adoro dias de chuva, gosto do frescor que eles trazem. Gosto do cheiro, de lavar tudo, da cor do céu e da vontade imensa de não fazer nada que esses dias despertam... mesmo quando você está com o dia cheio de compromissos.

Claro que tem vários inconvenientes que envolvem dias chuvosos; se molhar toda para chegar nos cantos, os alagamentos, as poças, o trânsito caótico, andar de ônibus, a lama... mas se você morar numa cidade quente o ano inteiro, como Recife, talvez entenda como uns dias de chuva ajudam a lavar a cidade e a alma da gente.

Tem dias em que os olhos também resolvem querer acompanhar São Pedro e insistem num desejo enorme de chover (dependendo do dia pode ser um toró ou um simples chuvisco) e se mantém nublados também. Dessa chuva não gosto de jeito nenhum... mas que fazer nesses dias? Resposta difícil e por demais pessoal...

Esses dias me vi num dia desses, os olhos ardendo, querendo acompanhar o tempo que amanheceu nublado também. São Pedro até que me mostrou que depois daquelas nuvens cinzentas tinha um céu azul (que eu também gosto demais de ver o azul) e abriu o tempo no decorrer do dia, mas a minha tempestade não passou, não quis ver céu azul coisa nenhuma. Aquele seria um dia nublado e pronto, estava na minha previsão do tempo. Me questionei muito sobre o que poderia clarear a visão e me fazer ver tudo azul e límpido novamente.

Como falei anteriormente, essa resposta só cada um poderá se dar sobre o que lhe clareia. Mas no final desse dia tempestuoso, decididamente já sei algumas respostas. Olhar o sorriso das pessoas que amo; tocá-las; fazer com que se sintam melhores; agradecer imensamente à Deus por tê-las; pela saúde e pelas grandes coisas pequenas que temos no dia a dia e as vezes nos esquecemos tanto que elas estão ai como: acordar mais cedo, só para ver o filho dormindo, não resistir e acordá-lo só pra dizer como o amo, dar um abraço mais longo e apertado no marido. Ligar para a mãe e saber que ela sempre vai atender e entender, parabenizar a sogra pelo seu dia (ontem foi o dia da sogra), falar com o pai e saber que ele está ali por perto, receber um presente do sogro, ver que as irmãs estão sempre presentes nos momentos nublados ou ensolarados, receber uma mensagem do irmão avisando que comprou um telefone da mesma operadora para poder conversar mais tempo. Perceber que tem amigos tão amigos que já viraram irmãos. Tomar um longo banho quente. Ver uma música ficar pronta.

Que outros dias de olhos nublados e tempestuosos virão, não tenho dúvida, mas é bom sempre lembrar do que temos a agradecer nesses momentos. Se não abrir um sol reluzente de uma só vez, pelo menos as nuvens começam e se dissipar um pouco...

E já que esse post é sobre chuva, música, renovação e sobre a busca constante pela alegria, nada melhor do que encerrar esse texto com a letra da música que compus a uns dois verões, com meu filho - a primeira de muitas, espero.

Toró
(Letra: Alessandra Leão e Caio Leão)

Nunca mais choveu
E eu fiquei feliz quando vi
O chão se molhar

São Pedro manda chuva
Na medida certa
Quando faltar
Me manda um toró
Quando alagar
Estia
















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5 comentários:

  1. Parabéns, Caio já se lançando como letrista.
    Essa rede balança com música

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  2. pois é, nesses dias de tantas transformações aqui nessa nova cidade que escolhi pra viver, que ora me acaricia ora me desafia, muitas vezes meus olhos querem imitar o céu, ficando molhados, sombrios, densos... mas derepente, abre um solzão e o azul vem presentear a nossa alma! como hoje!

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  3. Pois é Seu Geraldo, Caio já dando seus primeiros passos no mundo da composição. Espero que siga nesse rumo, mesmo que não profissionalmente.

    Vânia minha amiga, nossos olhos acompanham ou desafiam clima independentemente de que cidade estejamos... tomara que esse solzão fique firme por muito tempo, não é?

    Beijos pros dois.

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  4. é assim mesmo, é preciso olhar com amor nas coisas profundas e pequenhas para que virem gigantes. Nos contrastes teim muitas respostas para aquilo que precisa balanco. Assim a chuva limpa e fecha o circulo. Parabems, aqui a gente fala: "después de la tormenta, viene la calma"

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  5. Tô esperando a minha calma chegar, meu amigo...

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